Cada flecha que lanço e não atingiu o alvo não é como disparo desperdiçado, desperdício seria se o meu arco não fosse usado para o lançamento.
Sempre quis acertar o alvo enquanto faço a mira. Mas sei que o vento e outras variáveis que não posso controlar podem me privar desse privilégio que é acertar na mosca.
A distância entre meus olhos e o objetivo nunca foi maior que a capacidade do meu arco, sua corda parece frágil, porém a aparência oculta sua verdadeira vocação, a de querer acertar sempre, minha pontaria é firme e potente, posso atingi-lo na sua tela daqui do computador.

 Mas já fui mais reta, hoje ando derrapando nas curvas.
E uma das minhas setas atirada da minha ilha para o seu continente caiu no oceano, falhei, mas ao invés dela boiar afundou como se fosse uma pedra.Todo mundo só conhece você de maré cheia, quando seu mar repleto de ondas parece perfeito, mas eu me reconheço Rosane da   sua maré vazia e cheia de pedras vi as pedras que a água esconde, cheias de cracas e cicatrizes, velhos mariscos e conchas vazias cercados por ouriços espinhosos.

Desculpe se as vezes exagero mas eu acredito em amor só se for assim com entrega ,sem medo buscando sempre revendo a trajetoria .
Eu me sinto privilegiada com isso, porque nadar na superfície e boiar nela é pra todo mundo, mas mergulhar e conhecer o interior de uma pessoa não é pra qualquer um.
Pena que voce nao quis , pena que voce nao soube olhar pra mare vazia que carrego.


P.S: Essas palavras me surgiram quando fazia  minhas malas de volta  para Jundiai,  pois me
inspirei e pensei, “o mar também faz sua poesia e seus versos são maré cheia, maré vazia, não acredito em verdades absolutas e nem tão pouco em felicidade completa "...
Acredito na busca constante no querer sempre mais no cultivar e cativar sempre,até dos ultimos dias de nossas vidas.




Rosane A.Ribeiro