segunda-feira, 30 de julho de 2012

Minha casa sua casa....Nossa casa

Minha casa, sua casa.


A vida se parece tanto com uma casa, vista de longe, parece tão perfeita! O telhado vermelho, as telhas todas encaixadas uma a uma harmoniosamente. As paredes branquinhas, o jardim, a varanda, o portão e o muro, tudo em seu devido lugar.

Mas à medida que vamos nos aproximando, dessa casa, dessa vida, notamos algumas imperfeições.De perto o portão mostra que o verniz está descascando e ao atravessarmos esse portão notamos que a grama do jardim precisa ser cortada.Na varanda percebemos que muitas folhas secas estão espalhadas por ela, quase na porta de entrada ouvimos vozes vindas de dentro da casa.

Ao entrarmos sentimos um cheiro diferente dentro da sala, distinto do que estava lá fora, dentro também é mais quente, talvez até um pouco mais agradável do que da parte externa.
Ouvimos vozes vindas do quarto e então caminhamos até a cozinha.


Na pia há lousa esperando para ser lavada, a mesa ainda está com uma toalha, em cima do fogão há panelas que parecem estar cheias, por todo o ambiente há restos e indícios do que foi um almoço.
Chegamos na sala, os sofás aconchegantes, os quadros nas paredes, os enfeites, as almofadas, os tapetes, a televisão desligada, quase tudo arrumado se não fosse por um par de sapatos debaixo da estante e o porta-retratos com o vidro rachado. As vozes ainda ecoam, parecem pessoas discutindo no quarto no final do corredor.


No banheiro a toalha molhada ainda seca pendurada no box.
Uma casa por fora pode ser garbosa, grande e impressionar, mas por dentro pode não ser um lar, uma vida também ás vezes é assim também, pode parecer grandiosa aos olhos de outras pessoas, mas no intimo aquela pessoa pode não ser feliz.
No primeiro quarto a cama estava arrumada, o armário fechado, nenhuma roupa espalhada, mas a janela fechada deixava o ar do ambiente pesado.


No outro quarto uma escrivaninha cheia de papeis empilhados, tênis, meias e roupas tudo espalhado,parecia um caos,apesar da bagunça havia movimento naquele lugar.A desordem não era bem um sinal de confusão, mas como uma bandeira de liberdade, um desejo de revolução, de exercício de livre-arbítrio pleno.
E no final do corredor com a porta fechada um casal discutia, não a própria relação, mas por causa de suas contas e saldos, dos gastos e despesas, quanto maior a casa fica mais cara ela custa, mais e mais é preciso trabalhar para se conseguir mantê-la .
Com a vida acontece a mesma coisa, nos tornamos escravos do nosso padrão e estilo de vida, quanto mais se tem, mais se quer ter, as possibilidades tornam-se infinitas no capitalismo, a toda hora se inventam novas necessidades e demandas.
E pra quem não tem muito há a eterna angustia em consumir, em ter, em sobreviver e tornar-se seguro, uns conseguem apenas construir uma frágil cerca e outros um sólido muro para protegerem suas casas, suas vidas da hostilidade do mundo.


Porém não se deve esquecer que apesar da casca muita coisa apodrece de dentro pra fora.
Adoro a simplicidade da casa que venho construindo dia a dia desde que meus filhos pari .
Afinal é sempre um espaço onde nos damos nos entregamos , com uma unica certeza que temos sempre muito a agradecer e que onde quer que seja a nossa casa sem pre tem lugar pra mais alguem, hehe afeto nao nos falta.





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