sábado, 29 de setembro de 2018

A la Rosane



O padrão dependente que me
acompanhava  era repetido com cada parceiro, não era uma coisa única.  As minhas escolhas eram por homens que agravasse essa dependência.  Inconscientemente procurava por personalidades dominantes, possessivas, narcisistas, egocêntricas e imprudentes e que chegasse ao abuso físico e psicológico, coisas que para mim significavam o meu lar, foi com muito espanto que na minha recuperação pude constatar que cada parceiro tinham características dos meus pais.

Eu era flutuante ora passiva, ora agressiva, na minha recuperação consegui observar a personalidade agressiva do meu pai e a personalidade passiva de minha mãe. Fui maltratada por muitos parceiros e também às vezes os maltratava sem dó nem piedade, entretanto a dificuldade de deixa-los era enorme.

Apesar de ser uma mulher bonita e inteligente tinha  baixa autoestima que é uma característica do dependente afetivo. A dependência nos torna cada vez mais submissas, entretanto como eu era flutuante também ficava cada vez mais agressiva, de modo que meu parceiro perdia qualquer fragmento de respeito por mim.  Em alguns relacionamentos terminava várias vezes e voltava sempre com a desculpa que seria diferente dessa vez.
A cada término reafirmava dentro de mim que “não valia nada”, não conseguia entender o que realmente havia causado essa deterioração no relacionamento por isso sempre achava que poderia fazer mais e mais. A cobrança em cima de mim mesma era feroz.

Quando comecei a quebrar lugares, bater em pessoas, fazer escândalos, quebrar minha casa por causa do relacionamento, uma voz dizia dentro de mim: “Tem alguma coisa errada acontecendo com você”, entretanto o pior momento foi quando a vontade de matá-lo começou a crescer dentro de mim como um bicho feroz, eu queria destruí-lo, na minha mente ele era culpado de tudo que acontecia dentro de mim e na minha vida.
Quando um relacionamento termina ou chega ao ponto de agressão física e psicológica estamos emocionalmente dependentes dele, nesse momento a gente passa pelo inferno. Para mim foi desesperador saber que era dependente das pessoas emocionalmente que eu me senti como se tivesse sendo quebrada por dentro, entretanto apesar disso não deixei de lutar por essa recuperação e de todas as escolhas que fiz em minha vida essa foi a que mais me trouxe qualidade de vida.

Aprendi que o amor não é uma necessidade,é uma escolha e que qualquer relacionamento baseado na necessidade afetiva está fadado ao fracasso. Um relacionamento de casal saudável é baseado no respeito, reconhecimento e amor; e enriquecimento mútuo baseado nesses princípios. O verdadeiro amor não te faz mal.


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