Com o nascer de um novo ano tudo continua, mas nem tudo permanece.

Continuam muitos dos nossos comportamentos, mas talvez não permaneçam muitas das nossas velhas convicções.

Algumas regras continuam,mas muitos paradigmas desaparecem.O ciclo da vida é assim, para que nasça algo novo alguma coisa velha tem de morrer.

Um texto que pregue o nascimento jamais deve ter o tom de lamento, mas busca que grasse em suas palavras a esperança.

Porque o ano ainda é uma criança e ainda está chorando em seu berço para mamar nos seios dessa mãe gentil chamada futuro bom.
Muita coisa ainda nos lembrará, porém a maioria esqueceremos, porque quando o orgulho está em causa a memória prefere ceder.Essa é a dupla natureza do homem, no primeiro pensamento tudo parece lógico, mas no segundo pensamento, o inconsciente, tudo é simbólico, duplo e antagônico.

Lá fora é fácil, o difícil é cá dentro. Apegamo-nos demasiado ao externo, é por causa da nossa "alma do mato" (bush soul ).

É o que o ilustre etnólogo francês, Lucien Lévy-Bruhl chamou "participação mística", um fenômeno psicológico que acontece quando um indivíduo identificasse, inconscientemente, com alguma outra pessoa ou objeto.E aí nasce um elo, uma poderosa ligação que vem para nos edificar ou para contribuir para nossa destruição.
Parte da nossa vida é assim, feita de ferro, dura mais enferruja. Outra é feita de vento, passa, agita nossos cabelos e depois desaparece.

Alguns acontecimentos nesse ano serão de aço, jamais vão ser destruídos, já outros serão feitos de ar, existirão, mas de tão efêmeros vão passar sem deixar rastros.

Porque a vida é assim, feita de fogo e de cinzas.

É assim que me vejo , é nesse mecanismo que sempre estou pronta para a próxima.

Minhas opcoes sempre envolvem vida acima de tudo, abundância exageradamente sem medo.