terça-feira, 4 de agosto de 2009

Só pra ver meu amor passar
Este caminho que traçamos é engraçado, pega a gente de surpresa quando menos esperamos.

Assim como você sabia o seu caminho como a palma da sua mão, eu sabia o meu.

Agarrei-me em lembranças boas e ruins para poder ter alguma esperança, esperança de vida porque chegou um ponto que eu não tinha nada.

É ruim não ter nada, é solitário e a solidão é fria e sombria.

Mas este era o caminho que eu conhecia e me acostumei a ele, nem quis sair dele. Havia momentos que desejei me deparar com um precipício, havia momentos que desejei uma alameda florida e colorida.

Esta mudança nunca acontecia, então só me restava trilhar este caminho mesmo até chegar o fim. Nem prestei atenção nas encruzilhadas. Parecia-me que o fim desta estrada estava chegando mesmo, que seria breve o meu caminhar, apenas um pouco mais de tempo, era só esperar os dias passarem.
Mas algo inesperado aconteceu, como um milagre divino. De repente eu vi uma alameda cheia de flamboyants com copas lindas repletas de flores avermelhadas e os raios solares passando por entre as brechas do verde espesso no alto. Ali também havia um anjo. Entrei para dar um passeio ao lado daquele anjo. A princípio só observando para toda aquela beleza, em seguida senti uma enorme vontade de dançar e cantar. Que sensação maravilhosa!!! Era a vida entrando pelas minhas veias, uma renovação de corpo, alma e espírito, parecia que este novo caminho seria meu, fiquei tão feliz, enfim o tão desejado caminho florido chegou, mas, de repente, o mal chegou e me expulsou, como num passe de mágica, e aquela maravilhosa alameda acabou.
O que fazer agora? Para onde vou? E para meu velho e conhecido caminho voltei. Apesar dos espinhos não quis pegar um caminho desconhecido porque os lugares estranhos me amedrontam, eu já sei andar naquele velho caminho sem me machucar. Eu o conheço muito bem
Num determinado momento, a surpresa! Avistei aquela alameda maravilhosa, ele estava lindo como sempre e ao meu alcance. Pensava que não cruzaria mais com ele. Fiquei com raiva. Eu já tinha entrado por aquele caminho. Lembrei da sensação de vida, tudo veio à tona novamente. Lembrei também do mal, aí não quis andar por ele. Mas uma voz falou comigo, que poderia ser diferente dessa vez. Neguei o desejo de andar por aquela alameda encantadora, mas a vontade de me aproximar foi mais forte porque era bom estar por perto.
Foi quando vi um anjo novamente. Ele tinha olhos tristes, parecia solitário. O desejo de andar pela bela alameda repleta de flamboyant foi aumentando. Cheguei mais perto pra conversar com o anjo. Naquele momento era noite. Estávamos bem na entrada da alameda, eu fora e ele dentro. Os raios da lua cheia iluminavam aquele lugar. Senti que poderia escolher qual caminho seguir dali pra frente sem nenhum tipo de pressão externa ou interna, senti que poderia ter novamente aquela sensação de vida de novo.
Escolhi estar na companhia do anjo. Acho que ele é quem me faz sentir a vida! Ele tem o poder de ler a minha alma. Não consigo esconder nada dele.
Caminhei tanto tempo pelo outro caminho que me pego relembrando dos cheiros, das curvas, dos espinhos e das flores. Não sei explicar porquê, parece que o cérebro demora a responder com as novas sensações.
Foi quando vi aquele anjo muito triste e chorando, pois percebeu meu olhar. Não adiantou negar, ele lê a minha alma.! Quero fazer alguma coisa! Quero que este caminho seja o meu agora, não quero mais sair dele. Quero ter a companhia do anjo e deixá-lo feliz pra poder brilhar ainda mais. Sinto-me forte para lutar se o mal vier novamente.
Estou tranquila, o anjo vai ler a minha alma.
Que a nossa alameda seja cada dia mais ensolarada, florida, cheirosa e regada com as melhores sensações de vida nova e plena.

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