terça-feira, 14 de julho de 2009



“Eu vim de infinitos caminhos, e os meus sonhos choveram lúcido pranto pelo chão. Quando é que frutifica,nos caminhos infinitos, essa vida,que era tão viva, tão fecunda,porque vinha de um coração? E os que vierem depois, pelos caminhos infinitos, do pranto que caiu dos meus olhos passados, que experiência, ou consolo, ou prêmio alcançarão?”

(Herança – Cecília Meireles)

O que eu escolhi e não deu certo se desmanchou, foi desaparecendo lentamente até terminar como tudo um dia pode se acabar, tornou-se escombro. Mas ao forte sempre cabe a ascensão, por isso onde ontem eram ruínas amanhã edificarei uma nova civilização.
E ao erigir minha nova cidade ainda que tudo se pareça diferente e novo, meu ponto de partida não será tão branco e inexperiente como é um ovo, a gente não começa de onde parou antes, mas continua com o que já passou e viveu.
Aprendemos errando e a cada lição, uma nova camada nos é acrescentada, a experiência pode nos adoçar ou nos amargar. Adoça-nos só se soubermos extrair um pouco de mel mesmo das experiências mais doloridas. E nos amarga se acreditarmos que não devemos mais acreditar no que virá;esse nunca é omeu caso.
Nada fica intacto, o outro sempre será uma terra estrangeira, e para explorá-la é necessário o risco, o passaporte é a ousadia de saber que parte de nós será mesmo triturada e se tornará cascalho, entulho, escombro, ruína. E que sejam eles feitos de areia ou de cimento, nossos castelos sempre vão cair, por mais sólida que seja nossa relação, suas muralhas vão ser derrubadas pelas balas de canhão que é o verbo amar, transitivo para os efêmeros , intransitivo para o sensíveis.
Mas viver e acreditar ainda é a unica saida.

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 Só envelhece quem não tem sonhos. Quem se deita sem um sorriso. Quem deixa de acreditar em novos começos e histórias.  Quem deixa de querer...