quinta-feira, 18 de junho de 2009

Meu menino que faz ventos...



O menino que faz ventos
Leva-me leve, me sonha solta, me percorre pura. Ele é menino de 53 anos que faz ventos, mas que foge da tempestade escura. E essa que vos escreve está junina, Ro , cabeças de mulher comandadas por um coração de menina. Infinito pela alma, porém pelo corpo desajeitado.
Se eu me apaixonasse por ele e ele que faz ventos fosse cego.Vivendo num país de cegos.E se nesse país de cegos meus olhos fossem empecilho.E sendo crime ver, por ele, por essa moço ou homem eu me cegaria. Por amor eu ficaria sem ver.
Carrega-me no teu colo, me beija nua, seu coração é meu, minha alta é tua. Há um lado que anseia ser comum, alienado e cego, ser igual a todo mundo e sofrer dos mesmos males do ego e se afogar nos mesmos mares e se divertir nos mesmos bares.Mas há outra margem do rio, onde sei que sou, a arte que é corte, tinta de sangue, casa no mangue, céu amarelo, cavalo de chinelo.Lá onde lágrimas de chuva molham o vidro da janela.
Arrasta-me pelo cabelo, me desenrola igual novelo, me confessa a tua falta e me cura o cotovelo. Enquanto eu junina, você ventania, vem morar comigo porque a casa já não agüenta mais ficar assim tão vazia.


A casa fica em festa a cada chegada e ao mesmo tempo chora acada despedida.




Ro &Ro

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 Só envelhece quem não tem sonhos. Quem se deita sem um sorriso. Quem deixa de acreditar em novos começos e histórias.  Quem deixa de querer...