O aniversário de Brasília me fez buscar na minha e na história brasileira um sentimento de inspiração para a construção de uma sociedade brasileira melhor. Um sentimento de orgulho por ser uma pessoa politizada e interessada em formar opiniões, em aprender a não ser massa de manobras e nem ser um alienado.
Em 2002 com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva finalmente elegia-se uma figura representativa de uma boa parte humilde da população e fechava-se um ciclo e realizava um sonho de que nesse país há esperança de se alcançar os anseios mais íntimos da nação brasileira.
Nunca deve se esquecer que em nossa sociedade existem inúmeros pensamentos, o que tornou possível que antes do golpe militar houvesse uma passeata em prol da tomada do poder pelos militares, foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Faixas, cartazes e palavras de ordem alertavam sobre o perigo comunista: “Vermelho bom, só o batom”, “Verde, amarelo, sem foice nem martelo”.
Nunca se esquecer que mesmo dentro daquilo que se convencionou a se chamar de esquerda há elementos que buscam apenas se locupletar do poder e obter ganhos financeiros. É preciso saber diferenciar e isso só se consegue se politizando e se interessando pelos assuntos da política nacional.
Por isso nunca se esquecer que não se deve votar nas pessoas, mas em suas ideologias e no que elas representam.
Menestrel das Alagoas
Milton Nascimento
Quem é esse viajanteQuem é esse menestrelQue espalha esperançaE transforma sal em mel?Quem é esse saltimbancoFalando em rebeliãoComo quem fala de amoresPara a moça do portão?Quem é esse que penetraNo fundo do pantanalComo quem vai manhãzinhaBuscar fruta no quintal?Quem é esse que conheceAlagoas e GeraisE fala a língua do povoComo ninguém fala mais?Quem é esse?De quem essa ira santaEssa saúde civilQue tocando a feridaRedescobre o Brasil?Quem é esse peregrinoQue caminha sem parar?Quem é esse meu poeta
Que ninguém pode calar?Quem é esse?
*Teotônio Vilela era um ex-defensor do regime militar, foi eleito senador pela Arena, partido dos militares, mas a repressão e a truculência do regime desagradaram o usineiro de Alagoas, que então mudou para o partido de oposição. No MDB, assumiu a defesa incessante dos perseguidos políticos, visitando prisões, enfrentando forças repressoras e fazendo pregações cívicas por todo o Brasil. Começou a ser chamado de Menestrel das Alagoas, o que lhe rendeu uma homenagem até de Milton Nascimento e Fernando Brant e que se tornou hino da campanha das “Diretas já”.